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Reciclagem do Electrão evitou emissão de 200 mil toneladas de CO2 em 2020

A reciclagem de embalagens, pilhas, baterias e equipamentos eléctricos usados promovida pelo Electrão – Associação de Gestão de Resíduos, em 2020, permitiu evitar a emissão de mais de 200 mil toneladas de CO2 equivalente.  

“Isto equivaleria a retirarmos do parque automóvel cerca de 100 mil veículos durante um ano”, ilustrou a responsável de Controlo, Inovação & Desenvolvimento do Electrão, Mónica Luízio, durante o terceiro debate realizado no âmbito do “Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão”. “Para ter uma redução equivalente seria necessário plantar pinheiros em quatro mil campos de futebol”, comparou. 

O evento, dedicado ao tema “O Desafio da Descarbonização da Economia”, foi transmitido na manhã desta quarta-feira, de 2 de Junho, no canal Youtube do Electrão.  

A descarbonização é uma temática que preocupa cada vez mais as empresas. “As que ainda não acordaram para esta necessidade terão que o fazer abruptamente e, entretanto, vão perdendo vantagem competitiva e capacidade de resiliência”, sublinha o Secretário-Geral do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, João Menezes. 

O responsável considera que hoje espera-se das empresas que sejam capazes de reinventar as suas cadeias de valor, tornar-se mais circulares, promover a redução do consumo, a pegada ecológica e trabalhar em rede. “O conceito de ‘coopetition’ começa a surgir. A cooperação vem antes da competição”, exemplifica.  

João Menezes acredita que os modelos de negócio, que também têm que ser alterados, não têm necessariamente que ser prejudicados ao promover a redução de desperdício e comportamentos mais sustentáveis. Esta opção pode até ajudar à fidelização do cliente que reconhece em determinada marca a preocupação ambiental.  

Cada vez mais a aposta será em serviços e não produtos. “Pagar uma mensalidade a uma empresa que entrega em casa do consumidor, todos os meses, 10 peças de roupa diferentes é algo que já é comum em Tóquio”, ilustra. Este modelo pode ser interessante para as marcas e para os consumidores que deixam de acumular roupas que não usam nos armários e garantem a novidade das peças que vestem, argumenta.  

A tecnologia é fundamental para catapultar estes novos modelos de negócio mais sustentáveis. Disso mesmo não dúvidas Pedro Gaspar, Future Business Technology Director no CEIIA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento. 

Portugal, que assumiu o compromisso de tornar-se neutro em carbono em 2050, prossegue a bom ritmo a caminho da descarbonização, segundo o presidente da direcção da APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis, Pedro Amaral Jorge. 

“No último ano, mesmo em altura de pandemia, estivemos em muitas alturas acima dos 80 por cento de electricidade renovável, que é a meta definida para 2030”, sublinha.  

Mas a electrificação dos consumos é apenas uma parte da equação. É preciso assegurar a descarbonização na componente da mobilidade e na indústria, por exemplo. Aqui entram as soluções possibilitadas pelo hidrogénio verde para a mobilidade marítima aérea e para descarbonizar processos nas indústrias vidreiras, de cerâmica e fundição de aço, entre outras.    

O Big Changer Gonçalo Ferreira de Carvalho, um dos embaixadores do Movimento Faz Pelo Planeta By Electrão, biólogo e activista, considera que a descarbonização não pode servir de pretexto para criar outras crises ambientais. “O motor da descarbonização não pode ser a extracção de recursos”, alerta referindo-se concretamente à mineração em mar profundo, ainda não iniciada.  

“Em alternativa gostava que Portugal apostasse numa economia que tivesse no seu centro a reciclagem, a reutilização de minerais e a sua substituição por outros elementos mais fáceis de obter e de reciclar. Em vez de um pólo de mineração em mar profundo gostava de ver um pólo instalado no interior do país focado em soluções que permitissem reduzir a necessidade de matérias primas de forma inteligente”, frisou.

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